terça-feira, 4 de maio de 2010

"Requiem"

Dou por mim, amiúdes vezes, a fixar os telhados que me envolvem, no lado de lá da minha janela empoeirada.
Honras sejam feitas aos que partiram ... e é verdade! Na busca da incessante paz eterna, no seio glorioso de um Criador, que na sua essência se transfigura em torno da Religião que professamos.
Mas será isto sempre uma verdade? Não creio! Uma auréola de cinismo e falso profetismo acossa a bocas esventradas por opiniões contraditórias que deabulam pelo nosso povo.
A teimosia em honrar quem nada fez, em honrar quem denegriu só porque ... se finou e fica bem!
O respeito pela morte ... deve-se manter, deve-se respeitar. Mas que a morte seja sinónimo de sobreelevação daquele que partiu? Porquê mentir?
Não será correcto cingirmo-nos à verdade dos valores que defendemos, ou será "politicamente correcto" esquecermos tudo porque alguém já foi?
Por isso, o "Requiem" é um toque trauteado pela trompa, mas que foi denegrido, despojado do seu significado. O "Requiem" deveria ser um choro sincero murmurado com a verdade, com o objectivo de homenagear. A homenagem, essa deveria ser merecida e não oferecida.

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